Continuando a história contada no último post, ficaria reservada para sábado a visita a
Puerto Iguazu, a charmosa cidade argentina que é famosa por seus bons restaurantes e lojas de queijos e vinhos.
Na tarde de sexta, depois de voltarmos do centro de Foz a temperatura caiu e começou a cair uma chuvinha fina, que nos fez cancelar os planos de sair e conhecer a vida noturna de Foz. No telejornal a apresentadora anunciava a chegada de uma massa de ar polar que poderia trazer temperatura de zero grau para a região nos próximos dias. Decidimos que não cancelaríamos nosso passeio, mas teríamos que usar várias camadas de roupa. A Milla acabou comprando uma legging na lojinha do hotel, por garantia.
Em conversa com nosso guia no hotel, descobrimos que a cidade de
Puerto Iguazu praticamente some durante o almoço e boa parte da tarde para a
siesta, com as lojas reabrindo por volta das 17:00h, então não faria sentido passarmos o dia todo por lá, como era nossa intenção quando desistimos das cataratas. Combinamos então uma ida à cidade neste horário no sábado, faríamos uma visita às lojas, à feirinha e um jantar no restaurante mais famoso da região. O passeio saía por 180 reais e ele ficaria conosco todo o tempo(4 horas a partir da chegada na cidade).
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Piscina aquecida em outra parte do resort. |
Após nosso café, e tendo a maior parte do dia livre, decidimos andar sem pressa pelo hotel e almoçar por lá. Andamos pelas partes não exploradas e descobrimos piscinas aquecidas, lago para pesca e trilha para crianças com direito a arvorismo e tirolesa(que acabamos não indo ver). Perguntamos na recepção e naquele dia o almoço seria feijoada, prato do qual gostamos mas que não era o que queríamos, até porque na semana anterior havíamos feito uma em casa no meu aniversário.
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Lago na outra ponta do hotel. |
Mudamos os planos novamente e voltamos na agência. Queríamos apenas um bom almoço em um restaurante, nada de churrascaria ou feijoada, e nosso amigo(a esta altura já havíamos conversado bastante com o guia) nos indicou um self service muito bom no centro. O transporte sairia a 30 reais, só ida. De lá pegaríamos um taxi para voltar. Nós topamos. Você lembra da pergunta que ele me faria? Pois é, ele perguntou em que ano foi criado o Parque Nacional do Iguaçu(1939), e eu ganhei a volta do almoço de graça. Aliás ele ficou com a gente o tempo todo e ainda parou na Três Fronteiras, que vende muitos souvenires bonitos e chocolate caseiro. E eu tenho problemas quando tem chocolate envolvido.
Saímos de lá com alguns itens novos de decoração e chocolates para nós e para presente, e fomos descansar até a hora da saída.
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Barrigudinho que trouxemos da loja de souvenir. |
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Detalhe do cinzeiro. |
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A coleção de objetos africanos vai aumentando. |
Puerto Iguazu
Prevendo a baixa temperatura fizemos uma grande seleção de roupas. Eu separei três camisas de manga longa, sendo a última de flanela, além de ceroulas, uma calça jeans, meias grossas e minhas botas novas. A Milla também de embrulhou toda para não passar frio.
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Minhas camadas de roupa para a saída noturna. |
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Boa oportunidade de estrear a bota nova. |
Na fronteira argentina é obrigatória a apresentação de documento com foto, e com menos de 10 anos de emissão. Fiz questão de levar meu passaporte, emitido há dois anos por conta de uma possibilidade de trabalho e nunca usado.
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Prestes a atravessar a fronteira argentina. |
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Passaporte estreado! |
Antes da cidade passamos em frente ao Duty Free Shop, do qual muito ouvimos falar mas que também não estava em nossos planos.
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Fachada do Free Shop argentino. |
Puerto Iguazu tem várias ruas tranquilas com boas casas, mas a economia em geral não está nos melhores dias, a crise do país também chegou às cidades turísticas. Passamos por diversos hostels e alguns pareciam bem charmosos. Talvez no futuro a gente volte e fique em um deles.
A visita ao marco das três fronteiras argentino proporcionou uma vista diferente do Rio Iguaçu e outra do Rio Paraguai, além da vista dos marcos paraguaio e brasileiro ao longe.
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Marco argentino e as bandeiras dos três países. |
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Obelisco argentino. |
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Do outro lado do rio fica o marco brasileiro. |
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Na margem esquerda do rio Paraguai fica o marco daquele país. |
Chegando à Avenida Brasil, que é a rua principal de comércio no centro de
Puerto Iguazu, nossa primeira parada foi no
Almacén Gourmet, um sofisticado fornecedor de vinhos, queijos e embutidos. Ali o dono nos recebeu e ofereceu degustação de vários de seus produtos e uma verdadeira aula sobre os vinhos argentinos, especialmente os Malbec. Os preços eram muito bons, saímos de lá com cerca de um quilo dividido entre um excelente queijo
Sardo(similar a um Grana Padano italiano) e uma igualmente deliciosa
Bondiola(similar à nossa Copa), ao custo total de 50 reais. Nos arrependemos de não ter trazido nenhum vinho, pois haviam vários igualmente bons e com bons preços.
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A famosa Avenida Brasil de Puerto Iguazu. |
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A bela vitrine de frios da Almacén Gourmet. Resista se puder. |
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O nome não deixa dúvidas a respeito da especialidade da casa. |
Do outro lado da rua encontramos a
Montana Cueros, fabricante de roupas em couro de vários estilos. Haviam jaquetas, casacos, sobretudos de várias cores e desenhos, todos com preço justo. Assim como elas haviam outras lojas, das quais não guardamos os nomes. Não trouxemos nada pois não consideramos que o investimento seria interessante para quem mora no Rio e é calorento.
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Vitrine de uma das casas de couro. Vale a pena visitar mesmo que não se compre nada. |
De lá seguimos para a famosa feirinha, e ficamos de certa forma decepcionados. Esperávamos bancas com salames, queijos e petiscos artesanais estilo feira da Providência no Rio e encontramos algo mais parecido com camelôs de produtos normais argentinos, que não nos atraíram. Alguns brasileiros mais corajosos encaravam petiscos nas barracas de rua, mas nós passamos a oportunidade.
Cozinha argentina
A atração principal da noite foi o jantar no restaurante
El Quincho del Tio Querido. Quincho é como tradicionalmente é chamada a área de lazer do argentino, ou cozinha fora de casa, com churrasqueira e outras facilidades para reuniões.
O restaurante tem decoração rústica, e conta com um palco onde são feitos shows e apresentações. Aos sábados tem tango, mas voltamos antes de começar.
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O charmoso interior do restaurante. |
Os garçons falam um portunhol melhor que o nosso, são simpáticos e atenciosos. No cardápio o forte são os assados, como a
Parrillada, famosa carne na chapa que hoje em dia também é figura fácil em restaurantes do Brasil.
Seguimos as sugestões do Alfredo, nosso garçom, que recomendou como petisco a linguiça calabresa na brasa com queijo provolone temperado, acompanhados de pão e molho
chimichurri. Tudo estava perfeito, e a Milla aproveitou para perguntar qual o segredo do molho argentino, bem distinto dos encontrados no Brasil.
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O petisco estava muito bom, precisamos fazer este molho em casa. |
Como acompanhamento pedimos uma
Patagonia, saborosa cerveja Lager de cor âmbar.
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Patagonia, provada e aprovada. Só falta acharmos no Brasil. |
O prato principal consistia de
bifes de chorizo(o nosso contra filé, cortado de outra forma) ao ponto, arroz branco e
papas mil hojas(estas consistiam de rodelas de batata com um espesso molho branco com queijo, gratinadas).
Quando o jantar chegou estava tão bonito que deu até pena de cortar, mas o sabor era ainda melhor que a aparência. A carne foi a mais saborosa e macia que eu já provei, mal precisava usar a faca para cortar, apesar da altura do bife.
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O bife de Chorizo. Um espetáculo de carne. |
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As batatas estavam muito boas também. |
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Uma amostra do tamanho e suculência da carne. Deu saudade. |
Ao fim da maravilhosa experiência o custo foi de 600 pesos, algo equivalente a 230 reais, valor que considero muito bom levando em conta a qualidade e quantidade de comida. No Rio de Janeiro já gastei mais para ficar bem menos satisfeito.
Na saída do restaurante descobrimos que a temperatura era de 6 graus, mais do que esperávamos e eu estava com mais roupas do que precisava, mas valeu a experiência. Antes disso a temperatura mais baixa que peguei havia sido 9 graus, aqui em casa no inverno. Foi bom para testar meu esquema de camadas de roupa.
Retornamos ao nosso hotel e após um gostoso banho quente dormimos. Na manhã de domingo o tempo estava novamente chuvoso, e o ponto alto do dia foi novamente o café da manhã. Agendamos o transporte para o aeroporto com a agência para 10:00h e arrumamos nossas malas para a volta.
A partida
Chegando ao aeroporto minha primeira impressão do aeroporto se confirmou. Não há espaço nem estrutura para a quantidade de passageiros que passam ali diariamente, e tivemos que esperar fora da área de embarque até o horário aproximado do voo pois o balcão de bagagens da Gol não tinha onde guardar tantas malas.
Após esta etapa perdemos mais de 15 minutos na fila do raio x pois só haviam duas máquinas disponíveis. Alguns passageiros tiveram que ser removidos da fila por funcionários das companhias aéreas pois a mesma estava retendo o voo. Inaceitável em um aeroporto internacional.
Passada esta fase aguardamos o nosso embarque, feito novamente a pé pela pista. Senti vergonha deste aeroporto, que precisa de investimento rápido pois a região é famosa no mundo todo e a tendência é sempre aumentar o fluxo de turistas.
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O congestionado embarque na pista em Foz. Sorte que não choveu. |
Conclusão
Foi uma viagem muito boa, que nos proporcionou experiências únicas, e apesar dos contratempos foi muito interessante. A Argentina deixou saudades, tanto por sua gastronomia quanto pela calorosa recepção que tivemos.
Recomendo a todos uma visita. Ficamos com a vontade de no futuro voltar e passar um tempo nesta pequena cidade argentina que aprendemos a admirar.
Te vejo na trilha!
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