Após quase três anos morando no bairro de Vargem Grande, finalmente fiz a primeira trilha na região, baseado no Guia de trilhas do Parque Estadual da Pedra Branca, elaborado pelo INEA e disponível para download
aqui.
A idéia desta saída era a de fazer um reconhecimento das cachoeiras e poços ao longo de um roteiro chamado de Travessia do Vale do Gunza, trilha esta que se encontra com outras e tem possibilidade de saída em diferentes pontos do parque. A escolha se deveu ao fato do início desta trilha estar situado a poucos minutos de casa.
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Um poço com cascata do roteiro. |
O trecho completo tem 5km de extensão e diversos poços e cascatas ao longo do trajeto, que acompanha o Rio da Divisa até o alto da serra. Logo no início a trilha cruza com outro antigo caminho colonial existente no guia, o Caminho do Cafundá, que chega até o bairro de Campo Grande, onde vira uma estrada de mesmo nome. Neste trecho há possibilidade de chegar de carro e acessar mais facilmente alguns poços, mas escolhi explorar todo o caminho.
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Caminho do Cafundá, neste trecho ainda uma rua que vem do centro de Vargem Grande. |
A trilha é de fácil orientação e moderadamente cansativa quando seguida até o alto da serra. Curiosamente, os maiores poços são justamente os mais próximos da entrada da trilha, o que se por um lado permite a popularização destes atrativos, por outro ocasiona um efeito colateral indesejado: a superlotação aos finais de semana e poluição das trilhas e entorno do rio.
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O primeiro poço no caminho. |
Foi possível ver (e recolher) algumas embalagens de biscoito nos arredores das cachoeiras, algo que infelizmente não é incomum nas trilhas desta cidade. Chamaram atenção os restos de várias fogueiras, algumas em locais onde o fogo poderia se alastrar facilmente para a mata. Em conversa com outro morador local, soube que as rondas da Polícia Ambiental e Guarda do Parque são frequentes aos fins de semana, para coibir comportamentos danosos ao ambiente. Espero que os frequentadores se conscientizem de que para continuar usufruindo é necessário cuidar do local.
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Ainda não sei se esta roda é uma fogueira ou churrasqueira(ou os dois), mas foi deixada lá por algum frequentador porcalhão. |
Mas não há só pontos negativos neste relato. Os poços são numerosos e fartos, uma feliz surpresa para quem estava habituado aos riachos do maciço da Tijuca e seus poços com bem menos água.
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Um dos poços mais frequentados aos fins de semana. |
Qualquer um deles é uma boa opção para banho, ou seja, há opções para todos os gostos, do mais perto e frequentado ao mais distante e reservado. Um deles era tão pouco frequentado(e pequeno) que precisei abrir caminho entre galhos de árvores tombadas na trilha e cipós para poder chegar à beira do rio.
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Trilha secundária que leva a uma cachoeira. |
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Pausa para lavar o suor do rosto. |
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Um dos cenários mais belos desta trilha. |
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Caminho interrompido. A idéía era captar o parang trabalhando, mas ele acabou escondido na foto. |
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Depois do trabalho, a explicação: Este era o menor poço de todo o caminho. |
Seguindo pela trilha podem ser vistas diversas árvores frutíferas, sendo mais frequentes as bananeiras. Estas me induziram a um erro que custou a ida à ultima cachoeira e a uma gruta existente no topo da serra, no final do roteiro. Devido à quantidade dispersa de bananeiras, e ao fato de ter resolvido deixar o GPS em casa(erro de principiante,tsc, tsc), não pude dizer com certeza se estava ou não no local conhecido como bananal, ponto de onde partiam duas picadas mais fechadas que levariam a estes atrativos.
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Bananeiras por todo lado. |
Baseado no mapa constante do roteiro e da descrição do caminho,
analisando o tempo decorrido desde o último ponto de
referência(travessia do riacho), acredito que tenha passado direto deste
local e portanto dos caminhos que levam a estes dois lugares, mas
voltei e ainda assim não encontrei tais picadas. Já era meio dia, então declarei a busca encerrada e desci até um dos locais anteriormente visitados para lanchar e relaxar antes de voltar para casa, deixando a descoberta dos lugares faltantes para outro dia, com ajuda do GPS.
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Local escolhido para descanso. |
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A maior vantagem da bainha do parang é não impedir os movimentos do usuário. |
Outros registros da exploração:
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Bambuzal no caminho. |
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Brinquei com o parang em um bambu quebrado. Caiu com 5 cortes. |
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Água cruzando a pedra com força. |
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Pausa para ler sobre os caminhos partindo da bifurcação à frente. |
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Borboleta Morpho pousada ao lado da trilha. Esta perdeu a ponta de um asa. |
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Besouro com aparência de metal. Deve vir daí a inspiração para as cores de carros modernos. |
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Jambos caídos pelo caminho. |
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Laranjeira ao lado da trilha oferecia alguns frutos maduros. Estas sementes serão plantadas aqui em casa. |
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Mais bananas! |
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Não consegui identificar estas frutinhas. Alguma idéia do que sejam? |
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Marcas de ferraduras são comuns. Esta trilha é um dos roteiros percorridos em grupo pelos haras da região. |
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Jacuzzi da natureza. O turbilhão era bem intenso e certamente vale o mergulho. |
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A Timberland nova foi testada e aprovada! |
Aqui termina o relato da primeira trilha feita na região. Conforme outras forem percorridas vou postando aqui no blog.
Te vejo na trilha!
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