domingo, 13 de março de 2011

Andar por aí.


Andar por aí, sem pressa ou meta para atingir, é uma das coisas mais relaxantes que se pode fazer, e frequentemente proporciona experiências muito interessantes.

A liberdade de aproveitar plenamente as sensações da estrada, em suas cores, formas, sons e cheiros atrai caminhantes e aventureiros como eu por todo o mundo. Viajar a pé é muitas vezes uma experiência  espiritual, e certamente de auto conhecimento, pois o ritmo da jornada permite reflexões impossíveis por meios mais modernos de deslocamento.

As pessoas estão sempre correndo, tentando chegar em tempo recorde a seus destinos, e perdendo coisas importantes no processo. Uma verdade há muito esquecida é que a viagem começa quando se começa a planejá-la, e tão importante quanto a chegada(ou mais) é o caminho em si.

Anu preto, belo pássaro que é presença constante nos sertões brasileiros.
O sucesso de grandes caminhadas como a Trilha Inca de Macchu Picchu ou o Caminho de Santiago de Compostela é uma prova de que nos tempos atuais ainda há espaço para esta antiga forma de jornada. Sonho um dia explorar a Estrada Real, o antigo caminho do ouro, nossa ainda tão pouco conhecida grande caminhada, apelidada de Caminho de Santiago brasileiro, com seus 1500km. Até lá, diversos outros destinos me esperam.

Casal de pica paus repousa em um galho no meio da estrada.
Apesar dos confortos da vida moderna, é na estrada sinuosa que repousa o coração das pessoas que compartilham esta paixão pelo desconhecido atrás de cada curva. Em casa, tocando a vida, o chamado da aventura nos convida sempre a partir novamente. A cada chegada começam novos planos para a próxima partida.

Maritaca curiosa com o zoom de minha lente.
Em todas estas andanças, procuro sentir o caminho conforme sigo, com a mente limpa, aberta às informações que vou recebendo, registrando na memória, no bloco de notas, e muitas vezes na lente da câmera, as paisagens, os seres da floresta, os habitantes dos locais por onde passo e cenas de seu cotidiano e esta colcha de retalhos vai formando o conjunto de minhas experiências.

Bando de tucanos em uma árvore do outro lado do lago. Esta cena passaria despercebida caso estivesse com pressa.
O tempo nem sempre nos permite grandes viagens, mas mesmo nas menores podemos aproveitar as milhares de pequenas coisas que fazem estas experiências valerem a pena. Na verdade, com boa vontade mesmo de carro podemos aplicar os princípios das  grandes travessias, seguindo sem correria e mantendo o espírito de aproveitar cada etapa. Até um contratempo pode gerar histórias interessantes de vida.

Se você se identificou com o que leu aqui, eu o convido a partilhar o caminho.
Te vejo na trilha!

2 comentários:

  1. É isso aí André, sempre que posso, procuro fugir para o "mato", isso me recarrega as energias.

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  2. Pois é, fugir da zoeira da vida moderna é necessário.

    Abraço.

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