segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Manhã de domingo.


Saí de casa para passar a manhã de domingo no mato, com algumas tarefas na cabeça. Levei o GPS para marcar alguns pontos em trilhas conhecidas e saber a posição exata no mapa, algo que venho fazendo desde que o comprei. Também tenho procurado registrar tudo o que seja útil ou importante pelas trilhas para mostrar aqui no blog, então era uma tarefa secundária caso fosse possível. Por último, a câmera nova teria sua estréia em campo, de preferência com algum tema bem legal.

O que não podia imaginar era que eu teria sucesso em todas estas coisas.

Logos nos primeiros cinco minutos de trilha, ouvi o barulho de tucanos. Caminhando mais um pouco, identifiquei os movimentos de um deles em uma árvore alguns metros adiante. Consegui apenas uma foto antes que voasse para algum lugar indefinido nas proximidades. De qualquer forma o item contato com a fauna já tinha sido marcado na lista.

O tucano momentos antes de decolar e sumir.

Segui em frente. Pelo chão vi uma raiz perfeita para amarrações na mata. Ela é flexível o bastante para ser usada no lugar de cordas, e dura muito tempo. Há abrigos contruídos há anos com esta técnica na região amazônica. Separei e fiz um rolo, nunca se sabe quando será útil.

Separando a raiz da árvore.
Rolo pronto para ser levado. Vários metros de raiz boa para amarração.

Já bem mais à frente, vi na mata um enorme Jequitibá, dos poucos que sobraram da época anterior ao cultivo de café no Brasil. Este gigante está ali desde antes da vinda da família real, com certeza. Isto nos mostra quão breve é nossa passagem pelo mundo. Após algumas fotos retomei meu caminho.

Jequitibá, o gigante das matas.
A distante copa me fazia sentir minúsculo.
Na hora de atravessar um riacho, uma enorme árvore jazia no caminho, me servindo de ponte. Ela não estava ali na minha última visita. Esta característica flexível das florestas sempre me encantou, a cada passagem algo novo se mostra pelos caminhos, que desta maneira nunca se tornam repetitivos ou monótonos.

Cruzando o riacho através da ponte natural.
Chegando na cascata que era o fim da trilha, molhei a cabeça para diminuir a temperatura. O dia estava bastante quente, apesar do friozinho registrado no Rio durante a semana anterior.

Nada como a água de um riacho para refrigerar o caminhante.
Aproveitei para brincar com a câmera, e capturar belas cenas do mundo natural. Fiquei muito satisfeito com a Canon PowerShot SX130 IS. Faz muitas fotos do jeito que eu preciso sem ser uma grande e pesada câmera profissional. E por um preço bem mais atrativo.

Brincando com um mini tripé e a velocidade do obturador.
Quando me dei por satisfeito decidi que era hora de registrar a posição no GPS, que por sinal estava com recepção excelente. Mais um objetivo marcado, a idéia é ter a posição exata de todos os pontos altos das trilhas que sempre percorri, desde a adolescência.

O GPS registra a exata posição para marcar o lugar no mapa, em casa.


Enquanto isso, observava o lugar. Ali por perto havia muita madeira espalhada pelo chão, graças às ventanias que frequentemente assolam a floresta. Uma delas daria um perfeito estilingue com muito pouco trabalho.

Um estilingue quase pronto para ser usado.
Logo após o meio dia, como os objetivos principais da trilha já haviam sido cumpridos, e eu tinha obrigações sociais mais tarde, resolvi voltar para casa.

Faltando menos de dez minutos para o fim da trilha encontrei um grupo caminhando no mesmo sentido, vindo de outro lugar. Alguns adultos e crianças. Seu guia ao me ver coincidentemente disse aos pequenos que vinha um aventureiro pela mesma trilha.

Após um bate papo rápido, ele me apresentou seus mascotes: Duas simpáticas jibóias. Achei muito legal brincar com estas criaturas. A padronagem delas é belíssima, e ao contrário do que pensava sua pele é sequinha, a sensação é realmente a de tocar um couro com textura de escamas. Foi curioso sentir os músculos e ossinhos se movendo em minha mão.

Me diverti feito criança com as belas jibóias.

Conversamos mais um pouco, ele desenvolve um trabalho de conscientização ecológica com as crianças que moram naquela área no entorno do Parque Nacional da Tijuca, que envolve trilhas e palestras. Passei o endereço do blog para que ele pudesse me mandar um e-mail, e ficamos de trocar algumas idéias. Quando chegamos à bifurcação nos despedimos e seguiu cada qual em seu caminho.

Tive tempo de pensar na experiência incrível que aquela manhã de domingo já havia me proporcionado, e em quantas pessoas perdem coisas como estas por acordarem tarde aos fins de semana.

Te vejo na trilha!

4 comentários:

  1. Incrivéis as fotografias, lugares assim são demais. Gostei demais do jequetiba, aqui na região também tem uma dessas, assim que tiver oportunidade que postar! Parabéns

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  2. Também gostei das fotos. Como disse, a câmera foi uma feliz aquisição.

    Abraço.

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  3. E ae André, mais um excelente post!
    Onde vc comprou essa calça camuflada (penso eu multicam)?? Na foto onde vc está com o GPS.

    abraços!

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  4. Henrique, esta calça é na verdade padrão da primeira guerra do Golfo(desert 6 cores).

    Foi presente de aniversário da namorada.

    Você encontra em algumas lojas online aqui no Brasil.

    Gosto muito dela, mas preciso deixar um pouco em casa e usar as outras, logo logo pensarão que é meu uniforme de mato, hehehe

    Abraço.

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