segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Falando um pouco sobre segurança.

O post de hoje surgiu inesperadamente. Não fazia parte do meu planejamento, ao contrário dos anteriores, e logo entenderão porque. De qualquer maneira é um assunto importante e não vejo hora melhor para abordá-lo.

Ontem, ao sair para o mato com o objetivo de praticar algumas técnicas e demonstrá-las em novos posts aqui no blog, cometi o primeiro erro ao calçar minhas botas antigas, já quase sem o solado antiderrapante, deixando as novinhas em casa. Pensei que minha experiência poderia até certo ponto compensar a falta de solado da bota. Mas ao chegar na região, vi que o solo ainda estava muitto molhado e mole, por conta das fortes chuvas da semana anterior. Ao longo da trilha perdi aderência mais do teria acontecido se as botas fossem novas, e na beira de um riacho por pouco não tive uma lesão séria quando meu pé esquerdo deslizou para dentro da água e ficou preso entre duas pedras enquanto caía para o outro lado. Foi sorte não ter torcido o tornozelo, no mínimo.

Me levantei, e após constatar a minha sorte por nada pior ter acontecido fui fazer o que tinha programado.

Após recolher minhas coisas e começar a voltar, por diversos fatores, fui um tanto negligente com o caminho, sem escolher tão cuidadosamente onde pisar. Desta vez a sorte decidiu não me acompanhar, quando ao atravessar novamente um riacho, meus dois pés perderam totalmente o contato com as pedras e eu caí, deslizando para a frente. Por instinto e treino me virei para apoiar com a mão direita no chão e amortecer o impacto, mas devido às características de onde estava, assim que minha mão tocou a pedra também deslizou, até que os dedos ficassem presos a uma fenda, enquanto continuava deslizando.

Foi a dor mais intensa e imediata que já senti, no momento não pude conter um grito de dor. Eu havia visto meus dedos se dobrarem para o lado errado e naquela altura pensei: Que ótimo, acabo de quebrar todos os dedos da mão!

Ainda sentado na pedra, com as pernas dentro d'água, fiz uma rápida avaliação do estado dos meus dedos. Conseguia movê-los, mas não sem dor, e eles já pareciam querer inchar.

Me levantei, atravessei o riacho e pensei: OK, agora não perca o foco, você precisa sair daqui.

Daí em diante escolhi cuidadosamente onde pisar, como deveria ter feito desde o começo, e consegui chegar até o início da trilha, onde estava o carro. Ao chegar em casa meus dedos já estavam duros e muito inchados, e procurei imediatamente um médico.

O saldo deste incidente: Nenhum osso quebrado, mas 5 dias de antiinflamatórios e aplicações de gelo, além do máximo descanso dos dedos. Foi pura sorte não ter me lesionado seriamente.

Saldo do dia: Dedos inchados, doloridos, medicação e gelo.

Resumindo: Nunca pense que é experiente demais para seguir procedimentos de segurança ou agir com cautela. Se eu fiz besteira você também pode fazer. Precaução nunca é demais.

Quem me conhece desde cedo, sabe que já estourei minha cota de besteiras. De quedas de cachoeiras, a cortes com minhas facas, chegando mesmo a fincar um facão no pé (sim, eu consegui esta façanha), tudo fruto de infância e adolescência muito agitadas, e com muito pouco planejamento antes de qualquer ação. Mas foi graças a uma cultura de segurança que consegui formar, que minimizei o risco de qualquer coisa dar errado. Adotando práticas seguras e nunca me distraindo. O dia de ontem foi a prova de que em determinadas situações basta um pequeno deslize (sem trocadilho) para causar grandes problemas. Não baixe a guarda! jamais pense "comigo nunca vai acontecer", porque se você se distrair o próximo a se acidentar pode ser você.

Pense nisso quando for se aventurar.

Te vejo na trilha!

8 comentários:

  1. caraca cara!!

    q tenso!!

    da mole não porra...ta com bota manera em casa!!!

    eu ainda to sonhando com a minha nomade..rsrsrs


    abçss cara!!! melhoras

    ResponderExcluir
  2. Pois é, não podemos facilitar, a idéia é essa...

    Abraço.

    ResponderExcluir
  3. Pois é Pedro, a vida já é arriscada por si só, não convém facilitar.

    Obrigado per comentar.

    ResponderExcluir
  4. ...em uma das minha caminhadas aqui no RS na serra...em um riacho, simplesmente cai em um olho de boi....foi um mergulho livre de uns 4 metros (sem dar pé) em um riacho de meia canela.....a sorte é que não existiam galhos ou lama no buraco...

    ResponderExcluir
  5. Pois é, já fiz muito este tipo de coisa quando era adolescente e descuidado, mas não se pode contar sempre com a sorte, desta vez me machuquei.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  6. Realmente, todo cuidado é pouco, ainda mais quando estamos sozinhos na mata, eu costumo andar sozinho também, outro dia fui atravessar um riacho, a agua pegava nas canelas, meu grande erro foi tirar minhas botas, para não molhar, de repente afundei mais de um metro dentro de um buraco cheio de pedras, final das contas, quebrei o dedão do pé.
    Gostei muito do seu blog, é a primeira vez que entro nele, adoro camping, bushcraft.
    Seu blog já está no meu FAVORITOS, abraços

    Flávio

    ResponderExcluir
  7. Flávio, acho que todo mundo que pratica esportes ao ar livre já bobeou alguma vez e acabou machucado, ainda que levemente, faz parte do processo de aprendizado. :)

    Fico feliz que tenha gostado do blog, fique à vontade para comentar.

    Abraço.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...