quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Conhecendo Conservatória


Fim de semana passado eu e a namorada estivemos na simpática cidade de Conservatória, terra da seresta, que ainda conserva muitas construções do período do Brasil império.

Fomos convidados por um amigo e gentilmente recebidos por seus parentes. No post anterior, eu havia mencionado minha falta de tempo. Devido a ela, nossa estadia se deu no curto período compreendido entre a tarde de sábado e a de domingo, impedindo que conhecesse mais atrativos desta bela cidade.

A bela locomotiva no centro da cidade. Lembra os clássicos do western.
Situada a apenas 142km do Rio de Janeiro, esta cidade durante o ciclo do café contava com cerca de 100 fazendas produtoras, e usava a ferrovia para o escoamento da produção até o Rio, então capital do império. Com o declínio do café no Rio de Janeiro, muitas fazendas foram abandonadas, algumas mudando o foco para a pecuária. Muitas destas ainda existem, e serviram e servem de cenário para filmes e novelas. Quase todas hoje são pousadas e hotéis fazenda.

Hotel Fazenda Florença: Cenário de novelas como Dona Beija, Sinhá Moça e outras.
A ferrovia e a estação da cidade foram inauguradas por D. Pedro II em 21 de novembro 1883, nela passando a Maria Fumaça fabricada na Philadelphia.

A estação de trem, hoje sem linha férrea.
 Durante a implantação do sistema rodoviário brasileiro e a criação da indústria automobilística, as ferrovias foram progressivamente desmobilizadas, e a de Conservatória não foi excessão. Dela hoje restaram apenas a estação e a locomotiva, em exposição permanente no centro.

Pousada Imperial. Dom Pedro II se hospedou nesta casa durante uma viagem a Minas Gerais, o que inspirou o nome moderno.
 Um dos locais por onde a linha férrea passava, é o túnel que chora, 100 metros de rocha escavada pela mão escrava. Uma obra impressionante, para dizer o mínimo. Em uma das pontas há uma mina natural que nunca para de verter água, daí o nome.

O Túnel que chora: Impressionante obra feita à mão pelos escravos.
O estilo arquitetônico do centro antigo, o calçamento em pé de moleque e as obras feitas com trabalho escravo são testemunhos palpáveis de nossa história, e o visitante dotado de mais imaginação consegue abstrair os carros modernos e sentir como era o dia a dia 100 ou mais anos atrás.

Mina d'água no túnel que chora.
 Além de toda a história do ciclo do café Conservatória tem a tradição das serestas, outra atração famosa. Por todo canto se pode ver violeiros tocando e cantando, seja nos restaurantes, praças ou mesmo passando pelas ruas. O clima de festa é evidente.

Por falar nelas, recebi a recomendação de voltar no período das festividades juninas, já que a cidade ainda tem comemorações à moda antiga, ao contrário de algumas nas grandes cidades em que nada há de tradicional.

Arquitetura tradicional do centro da cidade.
Mas não há só atrativos culturais e históricos por lá. A cidade é situada um uma belíssima região, cercada por montanhas, vales e rios. Não é raro o avistamento de animais pelas ruas e estradas de acesso. A Serra da Beleza é um ponto que alia natureza e misticismo. É supostamente um local de frequentes avistamentos de OVNIS.
Casal de maracanãs ao entardecer.
Fiquei com a promessa de voltar para explorar serras, cavernas e rios da região, e inclusive já consegui companheiros para me guiar nestes programas.

Recomendo uma visita a todos que se interessam por locais que integram cultura e natureza.

Te vejo na trilha!

4 comentários:

  1. Lugar muito interessante, além de belas paisagens naturais, tem também pontos históricos super legais!

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  2. Pois é, estou voltando dia 15 para conhecer algumas trilhas da região, em breve postarei novidades.

    Abraço.

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  3. Fala xará!

    Vou criar a página de Conservatória no WikiRio com base nas suas informações e mando um link pra cá, ok?

    André Sampaio
    www.wikirio.com.br

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